Por Allan dos Reis
A Paixão de Cristo chegou a sua 53ª edição e emocionou mais uma vez as milhares de pessoas que saíram de suas casas na noite de sexta-feira, santa, dia 10 de abril, para acompanhar a encenação. Foram mais de 3 horas de apresentação que começou no Parque das Hortênsias e encerrou a dois quilômetros dali, no Morro do Cristo.
Antes do primeiro ato, milhares de fiéis caminharam em procissão da Igreja Santa Terezinha, localizada no centro da cidade, rumo ao parque. Rezavam com velas e terços nas mãos. Alguns metros antes pararam e abençoaram a sede da Prefeitura rezando o Pai Nosso. Em seguida voltaram a caminhar.
No palco montado em frente ao parque todos já estavam ansiosos para o início da encenação. Nas residências ao redor da praça as famílias reunidas aguardavam nas varandas. No céu apenas uma nuvem ameaçava com chuva a noite que caía. Do céu apenas o brilho da lua. Minutos antes da encenação todos cantavam e oravam com Monsenhor Aguinaldo de Carvalho, que na terça-feira, dia 7, recebeu o título de cidadão taboanense, quando às 19h30 o silêncio tomou conta do público para assistir mais uma edição da Encenação da Paixão de Cristo.
Foram 80 minutos para que os atores desenrolasse a história de Jesus Cristo do seu nascimento até a sua condenação. Para a moradora do Jardim Monte Alegre, Pierina T. da Silva, que assiste a encenação há mais de 15 anos, o espetáculo continua “lindo, lindo, lindo”, dizia emocionada.
Com a condenação, Jesus é obrigado a carregar a cruz, na qual será crucificado, até o Morro do Cristo. A cada passo uma chibatada. Assim foi durante todo o percurso. Ao pé do morro, milhares de pessoas esperavam a chegada de Jesus. Mulheres, homens, crianças e adolescentes se espremiam para encontrar o melhor lugar para ver o sofrimento de Jesus. Assim que ele chegou, já cansado de tanto apanhar, os flashes das máquinas fotográficas dispararam em busca da melhor foto.
Os mais jovens tentavam driblar a segurança para chegar o mais próximo do local da encenação. No local da crucificação e ressurreição algumas pessoas deram a volta no Morro e ficaram nas escadarias. Entre os que conseguiram estavam os adolescentes Willian, Leandro e Igor. Willian de Jesus Nascimento, 13 anos, estava emocionado por assistir pela 5ª vez o calvário de Jesus. Já Leandro Gomes de Oliveira, 14 anos, e Igor Silva, 12 anos, assistiam a encenação pela primeira vez. Perguntado do que mais estavam gostando, eles respondiam diretamente. “de tudo”.
Foram mais 50 minutos de encenação. Nesse período Judas se enforca, Jesus é crucificado e o ápice da encenação acontece quando Jesus Cristo ressuscita e de braços aberto, em cima de um elevador, começa a subir o morro. Neste momento começa a queima de fogos e uma chuva de papel brilhante fechando mais uma edição da Paixão de Cristo.
O prefeito de Taboão da Serra, Dr. Evilásio Farias Cavalcante, que acompanhou todos os momentos da encenação ao lado da esposa e do neto, destacou a importância do evento cultural com maior aglomeração de pessoas. Para o prefeito essa edição “superou todas as outras”, conclui.
Para o Coordenador da Divisão de Cultural Joilson Pires, um dos responsáveis pela encenação, e que durante todo o espetáculo se mostrou muito preocupado desabafa. “Maravilhosa (a encenação). Tudo foi feito com o coração”, disse emocionado. O grito “aha uhu a encenação é nossa” cantado pelos atores dá o tom da disputada que acontece nos bastidores da encenação.
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